Vim te Mostrar

MENU

Notícias / BASTIDORES DA MINERAÇÃO

Moradores e comunidade indígena temem retorno da operação de mineradora em Betim (MG)

Irregularidades apontadas pelos denunciantes podem inviabilizar as atividades da Verdebrita

A-
A+
Use este espaço apenas para a comunicação de erros nesta postagem
Máximo 600 caracteres.
enviando

Polêmicas, denúncias e preocupação social envolvem os planos da Verdebrita para retomar a extração de brita em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais. O tema é destaque em uma reportagem especial produzida em vídeo pelo canal Bastidores da Mineração, que esteve no local após receber denúncias de moradores e de uma comunidade indígena. 

Explosivos, medo e conflitos

A equipe do Bastidores da Mineração foi até a Fazenda Gorduras, localizada no bairro Bandeirinhas, em Betim, após receber denúncias de moradores contra a mineradora Verdebrita. O terreno, tomado pelo mato e pelos sinais do tempo, guarda um passado de operação mineradora por meio de explosões para extração de gnaisse — e, segundo relatos dos vizinhos, também de prejuízos.

Leia Também:

Moradores relatam que, durante o tempo em que a empresa atuou no local, casas foram trincadas devido às detonações, além de episódios em que pedras chegaram a atingir áreas residenciais, colocando em risco quem vive na região.

Retomada planejada e polêmicas no licenciamento

A Verdebrita operou anteriormente mediante uma guia de utilização — autorização especial da Agência Nacional de Mineração para extração de até 50 mil toneladas/ano. Agora, busca liberação para quadruplicar a produção, chegando a 200 mil toneladas/ano, o que eleva ainda mais a apreensão dos vizinhos.

Moradores e lideranças locais, como Gutemberg Miranda, ex-presidente da Associação do Bairro Bandeirinhas, denunciam irregularidades nos processos e alegam que a comunicação da empresa é falha.  Segundo Gutemberg, uma audiência pública promovida em 25 de abril de 2024 não cumpriu critérios de validade, e o processo de licenciamento teria sido conduzido de forma questionável, sem a devida transparência.

A técnica ambiental Lenice Guimarães destaca, em entrevista ao Bastidores da Mineração, incompatibilidades ambientais e legais: ausência de Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV), omissão do Estudo de Impacto de Circulação e o não cumprimento da proposta de criar uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), medida que ficou só no papel.

Outro fator de preocupação é a proximidade de territórios indígenas. A reportagem visitou a Aldeia Katurãma, em São Joaquim de Bicas (MG), onde vivem indígenas Pataxó e Pataxó Hã Hã Hãe. Apesar de estar em outro município e do outro lado do Rio Paraopeba, a aldeia se encontra na área de influência do empreendimento.  Moradores também apontam outros fatores de risco: a proximidade de um novo aeroporto em construção na região e a existência de um gasoduto nas imediações do local onde a VerdeBrita planeja retomar as atividades.

O vídeo mostra ainda uma apresentação teatral de crianças indígenas, reforçando o valor da educação ambiental e da resistência dos povos originários frente às ameaças ao seu modo de vida.

Redação

Publicado por:

Redação

Saiba Mais